16 de março de 2010

Isso veste bem?

Por: Kamui Lopes


"O hábito fala pelo monge, o vestuário é comunicação além de cobrir o corpo da nudez, ela tem outras finalidades". Umberto Eco

A roupa compõe o estilo, marca a personalidade; a roupa caracteriza a persona, monta o personagem. Se atentar ao contexto de uma história, logo o roteirista deve ter em mente um modelo ou um esboço do figurino, que esteja adequado ao tempo/espaço que a história se passa.

Muita gente conhece um personagem só de vê seus trajes, as novelas brasileiras impulsionam o consumo de vestimentas, criando tendências que serão copiadas.
Falar de figurino, não é apenas falar de moda, é também falar de moda, mas é falar um pouco de quem você é (ou de quem é  ele ou de quem somos).

Costumo fazer muitas observações sobre as roupas dos personagens, tanto de filmes, animações, animês e novelas. E sempre recebo como critica: “Não tinha nada melhor para você reparar, não? Além das roupas?”

Claro que tem! Tem todo um aparato técnico e artístico para ser levado em conta, inclusive o figurino. Sim o figurino!

Todo profissional tem direito a ouvir uma critica construtiva, sei que muitas vezes, muitos desenhista e animadores, passam horas pensando como caracterizar seus personagens; às vezes, ouvir um elogio, ou melhor vê que aqueles detalhes como: pulseiras, colar, óculos, cinto e a própria roupa. Tornaram-se referencias, um marca registrada, do personagem é a certeza que o trabalho foi bem feito.

Essa na verdade é uma tentativa de trazer para aqui, o debate sobre elementos que se relaciona com as linguagens cinematográficas e televisivas, e que embora fora do Brasil já possuem uma forte presença, aqui ainda é muito improvisado no que se refere as animações. Acredito que haja um mercado ainda inexplorado ou pouco aproveitado, ficando sempre a cargo do desenhista ou do designer criar o figurino. Não estou propondo uma ruptura desse modelo, estou apenas fazendo uma conjectura de que sim pode haver profissionais especializados que atuem nessa área também.

Vamos debater, nos profissionalizar, criar redes.