28 de julho de 2011

Anima Mundi 2011 - Os Papos Animados - Sinichiro Watanabe


O segundo dia de Papo animado no Rio trouxe a contagiante presença de Sinichiro Watanabe. Animador Japonês conhecido pela série Cowboy Bebop. O papo lotou a praça animada com os costumeiros frequentadores do festival mais uma horda de fãs incondicionais de sua obra.
A empolgação não era só do público. o próprio Watanabe estava bem feliz. Pois o animador japonês é um entusiasta da cultura brasileira. E ele não falou isso só para agradar o público não. Em uma de suas obras, 3 velhinhos que aparecem no bar se chamam Antonio, Carlos e Jobim. Uma homenagem ao nosso eterno mestre da bossa nova.
Aliás, a relação de sua obra tem tudo a ver com música. Não é apenas a escolha de uma trilha sonora, mas sim a construção de toda uma narrativa em cima dela. Por exemplo em Cowboy Bebop, ele introduz a forma de pensar e sentir do próprio gênero Bebop, uma das correntes do jazz, cuja essência traz uma aura de liberdade para a música. ele não só colocou a batida do Bebop em seus filmes, como também adotou esse estilo para pensar e fazer a própria arte.
Logo após mostrar um pedaço do longa de Cowboy Bepop e os 2 curtas produzidos para a sérieAnimatrix ele exibiu um episódio da série Samurai Champloo,Uma série que mistura samurais, matanças, comédia, aventura e todos os elementos de uma boa trama. O grande ponto de watanabe nesse caso é mostrar o quão interessante pode ser misturar elementos diferentes e conseguir ter um ótimo resultado.

Depois mostrou um pedaço de um episódio da série Michiko e Hatchin onde está trabalhando como produtor musical. A série é ambientada em Paradiso, um país imaginário inspirado no Brasil. (inclusive o idioma é portugues e as notas são bem parecidas com as notas de real brasileiras). Por sua paixão pela música brasileira ele se ofereceu para trabalhar na trilha sonora da série. E ele torce para que logo logo um canal brasileiro adquira a série (e nós também).
Por fim, queria fazer um curta onde, como ele mesmo disse, "ninguém morreria". E mais uma vez sua capacidade de ser eclético se apresentou em Baby Blue um curta de auto reflexão que mostra a relação de amizade entre dois adolecescentes japoneses. Nesse momento, a platéia que até então curtia e se divertia com os filmes passou a se emocionar mostrando que para fazer um bom filme existem milhares de caminhos possíveis e Sinichiro Watanabe soube passar por muitos deles, inclusive cruzando muitos desses caminhos.