22 de fevereiro de 2013

Resenha Especial Oscar 2013 - 'Detona Ralph'

Aclamadíssimo e super premiado, Detona Ralph chega como um dos grandes favoritos aoOscar de melhor longa metragem animado de 2013. 
A saga do vilão que queria ser herói não trouxe um mote novo no universo da animação. Já tínhamos, nos anos passados, os sucessos de Meu Malvado Favorito Megamente como filmes onde o vilão é o herói ou vice-versa. Então, o que tornou Ralph tão, com o perdão do trocadilho, detonador?
A primeira vista o espectador responderia rapidamente “O mundo dos Games.” E eu tendo a concordar. No entanto vou convidar este para ir mais a fundo nesta questão. Detona Ralph não trabalha só com a linguagem de Games, mas sim com a linguagem dos Games chamados Retro.
Os Games Retro são aqueles que remetem aos anos 70 e 80, época de grandes sucessos como PongPac ManDonkey Kong – o da escadinha não o do SNES – Mario Bros, enfim, época dos games de Fliperama e Consoles como Atari, Nintendo, Mega Drive e SNES.

Ralph fazia parte dos jogos da geração 8-bit, e a equipe de animação da Disney teve um primor pra demonstrar isso tanto nas cenas em que aparecia o Jogo como veríamos no Fliperama quanto na animação dos personagens “travadas” no 3D. Todos os moradores do prédio de Ralph se moviam com poucos intervalos, com isso quem assistia tinha a sensação de ver aqueles personagens como de jogos antigos em relação ao jogos novos de alta definição.
Outro aspecto foi a transição do universo real para o universo dos games. A extensão elétrica servir de estação de trem para a saída e entrada de outros jogos, a presença de personagens que fizeram parte da memória de quem os jogou comoZangief, o Fantasminha, Pac Man, Bowser, Sonic, Robotinik, etc ajudaram a dar o ar de nostalgia para os mais velhos que acompanharam a criançada para ver o filme.
E essa estratégia também não é novidade, afinal de contas pensar que nossos objetos de entretenimento tinham uma vida própria enquanto estávamos fora e usar objetos que realmente existiram a algumas décadas foram elementos utilizados por nada mais nada menos que a Pixar em Toy Story. A Disney animation com a ajuda da equipe de John Lasseter conseguiu repetir essa fórmula tomando o cuidado para que isso não ficasse óbvio. E para ajudar nisso, colocou o vilão como personagem principal. Aí não temos como dizer que é cópia. Foi a reciclagem de uma idéia feita de forma muito competente.
Para dar mais sabor a essa receita, o medo da rejeição – ser desligado – voltou com tudo ao enredo da história, e dessa vez com a ligação a questão do conflito de gerações. (Jogos antigos com raiva dos novos)
Todos esses elementos combinados tornaram Detona Raph uma ótima produção ao estilo Disney e serviu como uma grande demonstração de força da influencia dos estúdios Pixar em suas narrativas. São dois estúdios diferentes, mas não isolados. O que está ajudando a criar e recriar novas formas de narrativas animadas.
Vida longa a Ralph pois como ele mesmo disse sobre os jogos retro: “somos velhos, mas legais.